As estimativas
para a produção global de algodão podem ser animadoras ou preocupantes,
dependendo do viés usado na análise. O USDA (Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos) estimou a produção brasileira na safra 2015/2016 em 6,50
milhões de fardos, mas esse número pode cair 1,54% na safra seguinte, de acordo
com o órgão americano.
Para reverter
esse cenário e incentivar o uso da fibra de algodão, a cadeia produtiva tem
analisado os desafios que envolvem todos os elos: indústria, agricultores,
traders, setor têxtil e consumidores A Bayer, como empresa líder no setor de
sementes de algodão, convidou para o debate nomes de peso da cotonicultura
brasileira, incluindo Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão),
Anea (Associação Nacional dos Exportadores de Algodão), Abit (Associação
Brasileira da Indústria Têxtil) e BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias).
A pauta deste encontro, que ocorreu no último dia 11
de maio de 2016, é composta por itens importantes, incluindo rentabilidade do
produtor, qualidade da fibra e desafios na exportação. “Para cada gargalo, nós
buscamos uma solução e isso só é possível se pensarmos juntos, envolvendo todos
os elos da cadeia produtiva”, adianta Fernando Prudente, diretor de Marketing
de Algodão e Culturas Extensivas da Bayer.
Da lista de desafios do setor, foram debatidos alguns
pilares como variedades e manejo da lavoura. Foram apresentados também, dados científicos sobre as variedades
disponíveis no mercado e informações que podem ajudar o agricultor a produzir
mais e melhor. Ainda no encontro, para falar de plantio e colheita, as empresas
John Deere, Lummus e Busa representaram o setor de máquinas e implementos.
Foram apresentados caminhos para aumentar a produtividade a partir de inovações
tecnológicas, especialmente na hora da colheita do algodão.
Programa
Standard Brasil HVI – Das prioridades do setor, está o desafio de padronizar
e centralizar os resultados de HVI (High Volume Instrument). Na visão do presidente da Abrapa,
João Carlos Jacobsen, uma das próximas grandes viradas de chave para a
cotonicultura ocorrerá com a criação do Laboratório Central de Referência (LCR)
e a implementação do software de gestão do programa Standard Brasil HVI.
Localizado próximo a Brasília (DF), o laboratório deverá estar pronto em
setembro para começar a funcionar oficialmente na safra 2016/2017. Ali serão conferidas
as análises de até 2% dos testes de HVIs feitos por outros laboratórios
brasileiros, o que deve aumentar o controle da qualidade da fibra. “Os dados
gerais da qualidade serão oferecidos pela Abrapa, mas o produtor receberá uma
análise completa individual sobre seus lotes”, explica Jacobsen.
O projeto deverá reduzir gargalos que ainda existem na hora de analisar a
qualidade da fibra.
Para concluir o encontro, a SLC Agrícola apresentou
resultados obtidos a partir de técnicas de manejo em formação de lotes. A
empresa é a maior produtora de algodão do País, com lavouras no Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão e Bahia.