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Painel apresenta novas ferramentas para o controle de pragas

​Prospecção de microrganismos, uso de feromônios e tecnologia RNAi estão entre as alternativas viáveis para os produtores

17 de Agosto de 2022

A evolução dos controles biológicos já é uma realidade nas lavouras. Por isso, o 13º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA) preparou um painel específico, voltado para o tema que desperta cada vez mais interesse do setor produtivo. Os congressistas conheceram os procedimentos para prospecção de microrganismos, o uso de feromônios e do silenciamento genético com a tecnologia RNA interferente (RNAi). Tudo isso sob a coordenação de Rafael Pitta, membro da Comissão Científica do CBA.


A programação foi iniciada com a pesquisadora do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), Jéssica Oliveira, que falou sobre o trabalho de prospecção de microrganismos que explora os agentes existentes dentro do próprio ambiente para atender às necessidades comerciais, tecnológicas e de pesquisa. Eles são encontrados no solo, em fontes de água, nas plantas e insetos por meio de coletas estratégicas, considerando a diversidade metabólica, redundância funcional e resiliência do ambiente prospectado. "Dessa forma temos uma abrangência de microrganismos com variabilidade genética. Mas a atividade não é tão simples. É preciso fazer a busca gênica, incluindo nichos específicos para alcançar um resultado mais eficaz", esclareceu Jéssica, ao apresentar todas as etapas para a realização de uma prospecção adequada de microrganismos e os bioensaios feitos no IMAmt, salientando que as ações são reguladas pela Lei de Acesso ao Patrimônio Genético.


Na produção em larga escala, o líder de Pesquisa & Desenvolvimento da Provivi do Brasil, Tederson Galvan, abordou os avanços no uso de feromônios para o manejo de pragas. "Os feromônios são moléculas químicas que atuam na comunicação entre seres vivos, sendo divididos em grupos por função. Na agricultura, são usados para monitoramento em armadilhas e controle de pragas, promovendo a mudança comportamental entre machos e fêmeas", explicou Galvan, detalhando que a ferramenta ocasiona uma confusão sexual, impedindo o acasalamento. "Isso já tem décadas de uso, principalmente, em culturas de alto valor agregado nos EUA, com redução significativa das pragas". Entre as vantagens da ferramenta, Galvan destacou a preservação da biodiversidade porque o feromônio não mata; a resistência por atuar em dois organismos diferentes; e a redução da poluição do meio ambiente já que é um produto natural.


Encerrando a temática, o pesquisador da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, trouxe informações sobre a descoberta científica do mecanismo RNA interferente (RNAi), considerada uma das mais importantes dos últimos 20 anos. "Em resumo é um desligamento de genes específicos. Mas é um mecanismo complexo e o destaque dessa opção é a versatilidade e eficiência com potencial de aplicação no manejo fitossanitário das lavouras e na supressão de genes envolvidos em mecanismos de resistência", detalhou Nepomuceno, explicando que existe uma grande corrida em todo o mundo para aprimorar a ferramenta e ampliar seu uso.

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